Quatro jogadores foram selecionados para serem vendidos: o goleiro Luís Carlos, o zagueiro Alex Alves e os meias-atacantes Luisinho e Marquinhos, destaques do time nesta temporada. Cada “parte ideal” dos boleiros custa em torno de R$ 40 mil – por 2% dos direitos federativos. “Pode ser mais ou menos, depende do jogador”, diz Celso Bittencourt, o superintendente-geral do Tricolor.O sistema funciona da seguinte maneira. Foram criadas – e já estão sendo comercializadas – 25 cotas de cada atleta, totalizando 50% dos direitos. A outra metade segue em poder do Paraná. Numa futura negociação, os compradores receberão dividendos de maneira proporcional às cotas que possuírem.
A medida começou a ser estudada há dois meses pela cúpula paranista e estava passando por análises de viabilidade jurídica. “A nossa intenção é ter ao mesmo tempo retorno financeiro e técnico com esses jogadores. Com isso, não ficaremos reféns de propostas pelos jogadores inferiores ao que eles realmente valem”, explica Bittencourt.
O Tricolor, inclusive, já teria sido alvo dessas propostas menores. “O que está acontecendo é de muitos interessados aparecerem, sabendo de nossa condição financeira, com propostas bem menores, quase irrisórias. Com essa negociação das cotas, estaremos a salvo disso. Não teremos também o risco de um só empresário ter a maioria dos direitos do jogador e querer tirá-lo do clube”, avisa o dirigente.
A intenção do clube é fazer uma campanha de marketing centrada nos jogadores envolvidos na oferta. “Já há um grupo de conselheiros interessados e eles pediram inclusive que déssemos publicidade a isso para que não fiquem sozinhos. Uma campanha de marketing será feita com esses jogadores e acredito que tenhamos como retorno uma valorização deles e do clube como um todo”, ressalta Bittencourt.
Uma restrição colocada para a participação na compra de cotas, comparada pelo dirigente como mercado de ações, é para membros da atual gestão do clube. “No passado, aconteceu de dirigentes investirem dinheiro no clube. Não ocorreu nenhuma irregularidade, mas deu margem para críticas e suspeitas. Por isso proibimos os gestores e os seus parentes de participar disso. Nós só gerimos e queremos evitar qualquer suspeita de conflito de interesses. No mais, qualquer pessoa, inclusive conselheiros, pode participar”, conta.