Na vistoria realizada pela entidade, em dezembro, os outros três campos da capital foram considerados em, no máximo, boas condições – Arena e Vila Capanema, no entanto, estão fora da competição.
Já no interior do estado apenas Londrina e Toledo tiveram desempenho semelhante. Os outros sete palcos, mais de 60% das praças que serão utilizadas na competição, ganharam o rótulo de “regular” na avaliação envolvendo buracos, escoamento da chuva e possíveis pragas.
Em outras palavras, isso significa dizer que os velhos fantasmas estarão de volta: campos desnivelados, duros, que sofrem pela falta de drenagem e irrigação.
O caso do Caranguejão, em Paranaguá, é um exemplo: há um mês lutava contra uma infestação de formigas. Com a proximidade da competição, para acabar com o problema, foi necessário tocar fogo em partes da grama. Aparentemente, o problema foi sanado.
“Gramado ruim mesmo não temos nenhum. Ano passado tinha o Arapongas e o Operário. Este ano eles estão muito melhores”, atenua Reginaldo Cordeiro, o presidente da comissão de inspeção de estádios da FPF, com uma ressalva. “Claro, a vistoria no começo de dezembro, já faz mais de um mês. Então isso depende se estão fazendo a manutenção adequada ou não.”
Na edição anterior da competição, Cordeiro foi muito criticado por liberar o Estádio dos Pássaros, em Arapongas. Reformado, com gramado novo, havia sido aprovado com louvor pela FPF. Ele passou despercebido quase todo o primeiro turno da competição. Duas partidas televisionadas, entretanto, para todo o estado bastaram para a interdição. Buracos contra o Coritiba e um areião contra o Paraná.
“Quando fiz a vistoria, a grama estava alta e com chuva. Disseram que iriam cortar, mas não cortaram para esconder os buracos. Quando cortaram, depois do jogo com o Coritiba, tiveram de encher os buracos de areia, mas botaram insumo demais”, lembra Cordeiro, sobre a partida contra o Paraná, que parecia estar sendo jogada na praia. “Desta vez, os gramados, graças a Deus, estão bem. Ponho minha mão no fogo.”
Na prática, no entanto, a história tende a ser diferente – e pior. O Coritiba, considerado o segundo melhor gramado da competição, vai contra a análise da FPF e classifica o estado atual do gramado do Couto Pereira como precário. Jogos de futebol americano e as melhorias recentes seriam as causas do problema.
“Só estará bom para o Brasileiro. Precisa de tempo, sol, e água para voltar a ser o que era”, afirma Osmar Nechi, que cuida do campo do Couto há 17 anos. O Coxa, com essa alegação, não quer “emprestar” o Alto da Glória para o rival Atlético, atualmente sem casa.
Nessa situação estão os gramados de várias outras praças esportivas. O Estádio do Café, em Londrina, o Bom Jesus da Lapa, em Apucarana, e o Germano Krüger, em Ponta Grossa, são casos de campos mexidos após a vistoria.
No campo do Londrina, mesmo que os problemas de irrigação sejam visíveis, o campo passou no teste seco (sem chuva), ao abrigar dois amistosos do Flamengo. Já as casas de Operário e Roma são incógnitas. Até serem conhecidas no decorrer da competição, farão as partidas serem marcadas por uma característica intrínseca ao Paranaense: o chutão.
“Quando temos um campo ruim pela frente, não há muito o que fazer. Tem de jogar o mais simples possível. Concentrado, e sem conduzir muito a bola”, aconselha Carlos Paiva, técnico do Operário.
Paiva garante, no entanto, que só precisará lançar mão da estratégia para os jogos fora.