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Dias de apreensão: Fim dos estaduais e início dos Nacionais inauguram a entressafra no mercado da bola, com vários atletas lutando por um lugar ao sol


Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / Dick e Rodrigo Crasso correm no Parque Barigui, em Curitiba, para manter a forma sem saber como será o futuro dentro dos gramadosO período entre o término dos estaduais e a largada dos nacionais, quando ferve o mercado da bola, enche de expectativa os jogadores. Para os que circulam pela Primeira Divisão, é a chance de fechar um contrato ainda melhor. A maioria, no entanto, enfrenta dias de apreensão. A oferta de atletas é gigantesca e o acerto depende de múltiplos fatores. Por exemplo, a camaradagem de dirigentes, técnicos e empresários. “É preocupante. Pois se você for para um time e acabar não sendo aproveitado, praticamente não há o que fazer depois, fica com pouco espaço”, afirma o lateral-esquerdo Rodrigo Crasso.Com passagens por Atlético e Coritiba, neste ano Crasso já defendeu o São José, do interior paulista, e o Paranavaí, no segundo turno do Paranaense. E, por enquanto, ainda não conseguiu se recolocar no mercado. A realidade do jogador que faz história com uma camisa só, há tempos deixou de existir. Pertence a uma minoria. “O calendário é bagunçado, as competições são curtas. E todo treinador tem os seus jogadores de preferência, isso é normal”, analisa Crasso.

Se não bastasse a forte concorrência, há um agravante. A CBF limita a três as transferências interestaduais (ou quatro clubes) por temporada. E, a essa altura, muitos boleiros estão próximos de estourar a cota. Um contrato mal-arranjado neste momento pode comprometer o ano.
O lateral-direito Dick, outro que andou pe­­lo Alto da Glória, teve de pensar nisso recentemente. Ele também passou por dois clubes em 2012, Rio Branco-PR e Marcílio Dias-SC, e preferiu evitar o Democrata-MG justamente para não engrossar a cota. “É uma preocupação, sem dúvida”, diz.
Há, porém, uma saída se o limite for atingido: recorrer à Justiça do Trabalho, algo que, normalmente, funciona. “Trata-se de uma norma da CBF, não é uma lei, não está na Constituição, na CLT [Consolidação das Leis de Trabalho]. Entretanto, uma ação demanda tempo, e o jogador pode perder algum clube”, explica Diego Tavares, advogado do Sindicato de Atletas de Futebol do Paraná.
Mais complicado é não contar com os serviços de um agente para encontrar emprego, caso de Dick. “O jogador passa por coisas no futebol que não é nem agradável falar. Estou correndo atrás, com o meu DVD debaixo do braço”, revela.
Incertezas que não afligem apenas quem vai a campo. Os familiares sofrem juntos. “Não é fácil para a minha esposa ficar esperando, sem saber para onde vamos. Mas ela está sempre me apoiando”, comenta Dick.
Fonte: Gazetadopovo
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