A 17ª edição da competição mais importante do salonismo nacional está prestes a começar. Nesta segunda feira (dia 12), vinte equipes entram em quadra, dando início à primeira rodada da Liga Futsal 2012. Os times e os jogadores mais badalados do futsal brasileiro iniciarão a competição em uma rodada de tirar o fôlego: dos 10 confrontos marcados para a noite desta segunda feira, 8 são clássicos regionais (se consideramos o jogo São Paulo/Colégio Londrinense x Maringá como um confronto paranaense).Neste ano, o estado do Paraná conta com três equipes (o São Paulo/Londrinense – que tem jogadores federados em São Paulo – é considerado como uma equipe paulista pela CBFS). A novidade é a presença do Ciagym Maringá, que representará, por dois anos, a franquia da Super Bolla. Umuarama (com uma das franquias da Penalty) e Marechal Cândido Rondon (com uma das franquias da Dal Ponte) seguem como os representantes tradicionais do futsal paranaense.
Dois jogos movimentarão as equipes do Paraná: no ginásio Ney Braga, o Marechal recebe o Umuarama, a partir das 20 horas. No mesmo horário, em Londrina, o São Paulo/Londrinense encara a equipe de Maringá. Serão dois jogos cheios de rivalidade, que prometem muita emoção para os torcedores destas equipes.
Campeões ficaram de fora
A grande ausência em 2012 é a do campeão do ano passado: o Santos. No começo de 2011 a diretoria santista montou um super-time, com a base da Seleção – o resultado veio, com o título inédito, já no primeiro ano da equipe. Porém, no começo deste ano, o clube anunciou o fim das atividades no futsal, deixando vários atletas sem time, entre eles o ala Facão que, mais tarde, acertou com a equipe de Orlândia-SP.
Para os paranaenses, a grande ausência é a do Cascavel Futsal, uma das equipes mais tradicionais das últimas edições da Liga Futsal: mesmo sendo o atual campeão do estado e tendo feito a melhor campanha entre os paranaenses na Liga Futsal 2011, os cascavelenses não conseguiram viabilizar a participação na Liga deste ano.
O mesmo aconteceu com o campeão paranaense da temporada passada: na época o campeão era o Guarapuava Futsal, mas o título não garantiu à equipe o ingresso na competição nacional. Hoje os dois últimos campeões do estado buscam novas parcerias para tentar ingressar na competição a partir de 2013.
Sistema de franquias restringiu competição
Neste sentido, uma das principais críticas feitas ao formato da Liga Futsal é sobre o sistema de franquias, que define quais equipes jogam a competição: para ingressar, o clube precisa adquirir ou representar uma das 20 franquias existentes, já que a CBFS não tem mais franquias disponíveis para interessados.
Assim, é necessário adquirir uma vaga já existente (o que nem sempre é fácil), fazer uma parceria com algum franqueado ou, até mesmo, alugar uma franquia – foi o que fez, por exemplo, a equipe de Maringá para participar neste ano.
É evidente a importância do sistema de franquias na história da Liga Futsal. Se este sistema não existisse, talvez a competição não tivesse se fixado como a grande atração do futsal brasileiro. Mas, cada vez mais, fica clara a necessidade de se pensar em novas alternativas de ingressos para as equipes. De preferência, dando prioridade aos critérios técnicos.
Liga só no Sul e no Sudeste
Uma consequência visível da necessidade de se ter poder econômico e/ou político para ingressar na competição, é a concentração de equipes das regiões Sul e Sudeste na Liga Futsal. Onze das equipes vêm de um dos três estados do Sul, os outros nove são do sudeste, sendo seis de São Paulo.
Ou seja, os estados mais ricos acabam ficando com todas as vagas, deixando de fora regiões ricas na revelação de atletas, como o Nordeste, por exemplo. Além disso, estar no Sul não é garantia de participação, um exemplo foi o Internacional-RS, que fez um grande projeto para retornar ao futsal, mas esbarrou na falta de franquias disponíveis para Liga Futsal deste ano, encerrando seus trabalhos antes mesmo de iniciar o retorno ao esporte.
Analisando por este prisma, a Liga Futsal está longe de ser uma competição verdadeiramente nacional, se tornando em uma liga Sul/Sudeste, para um grupo restrito de equipes.
Mesmo assim, não resta dúvidas de que os clubes mais estruturados e os principais jogadores estão presentes nesta competição. Se por um lado, sua forma de disputa ainda necessita de ajustes, por outro representa a evolução e a força do futsal no Brasil. É uma competição que vem dando certo nos últimos anos, e deverá continuar como a grande competição do calendário nacional por muitos anos.
