Sem ver metas e planos traçados cumpridos, como reorganizar e reestruturar a administração do futebol quando assumiu o cargo de diretor do Departamento de Futebol Amador do Interior, da Federação Paranaense de Futebol (FPF) o titular da referida pasta, Leonides Dreveck, entregou ao presidente Hélio Cury comunicado de afastamento, protocolando o documento na tarde de ontem na sede da entidade.
Os motivos No documento, o agora ex-diretor, elenca uma série de motivos que o fizeram tomar tal atitude. Na relação, Dreveck detona o modo de conduzir do presidente, citando que no período em que esteve à frente do Departamento de Futebol Amador do Interior - nos últimos quase quatro anos -, não foi possível devido ao direcionamento que o presidente tem dado à administração.
Os motivos estão também no site oficial da APE:
“Como assumimos perante toda a coletividade esportiva do Estado do Paraná na época das eleições da entidade um compromisso de servir os clubes e ligas e não se servir deles e isto até o presente não aconteceu, pois administrativamente não colocamos isto em prática, pregamos por todos os caminhos que percorremos que caso fôssemos eleitos:
Iríamos reorganizar e reestruturar toda a administração do futebol e, já passados quase quatro anos e isto não foi possível por motivos diversos voltados ao direcionamento que vossa senhoria tem dado à administração;
Que iríamos reestruturar o futebol amador do interior com novas condições de auxílio jurídico e outros necessários de maneira a contribuir com o desenvolvimento esportivo;
Acabamos com as ligas regionais, isto tem sido muito criticado por todos os que administram e participam das competições locais, tem sido muito prejudicial à organização de campeonatos fortes e organizados em todas as regiões, por isso temos um número insignificante de ligas organizadas e devidamente filiadas e outras que procuram se ajustar, mas os seus dirigentes tem encontrado uma barreira muito grande nas orientações que buscam na FPF;
Prometemos criar um estudo em parceria junto às administrações municipais locais e regionais para dar melhores condições da prática esportiva em cada local;
Que seria criada uma estrutura física e também designado um funcionário da entidade para em tempo integral ou somente o necessário, para ajudar a reorganizar a questão de arquivos do meu departamento;
Que seria efetuado um estudo e implantado no departamento de registros uma condição mais viável e informatizada para substituição das atuais fixas de registro, que atualmente ainda são exigidas o seu preenchimento pelas já extintas máquinas de escrever;
Que na nossa administração não se faz reuniões de diretoria para discutirmos e encontrarmos juntos as soluções para os nossos problemas, que são de interesse geral;
Que nós os diretores, não temos recebido, administrativamente atenção e condição de trabalho adequada para o bom andamento e desenvolvimento da administração;
Que vossa senhoria há muito tempo vem designando outras pessoas para representar a FPF em eventos vinculados ao meu departamento, sem ser comunicado;
Por todos estes e demais motivos, entendo que não será mais possível a continuidade do meu trabalho.
Tenho certeza que ao longo do tempo que participei nesta administração, sempre procurei fazer o melhor, trabalhei com dignidade para o desenvolvimento e a reorganização do futebol amador do Estado do Paraná, se muita coisa ainda está faltando é porque também não foi possível fazer mais, deixo a entidade com a conciência tranqüila do dever cumprido, entendo que a sua maneira de administrar é centralizadora e praticamente não necessita de diretores, não concordo más respeito a sua posição, conforme havíamos combinados no início dos trabalhos na nossa gestão, que eu teria uma maior participação, ser mais reconhecido e ouvido, quando se tratar de decisões e assuntos relativos ao meu departamento, infelizmente isso não acontece.
Também participei ativamente na campanha a qual culminou com a nossa vitória na última eleição, tenho certeza que contribuí bastante, inclusive fiz em meu nome todas as locações de automóveis para as viagens por motivo de não ser possível efetuá-las em nome da FPF (condição cadastral), em todas as viagens percorremos juntos por muitas vezes todo o estado, colocando em risco muitas vezes a nossa integridade física pelo perigo que corremos nas estradas, levamos a nossa proposta onde fomos ouvidos pelos filiados, infelizmente na prática hoje não estamos cumprindo aquilo que pregamos.”
Segundo a matéria do site, o protocolo recebeu o n.º 3618 da FPF.
