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Marceneiro vence medo para virar um Ironman.


''Qualquer um pode ser um Ironman, basta acreditar''. É empolgado assim com a condição em que se encontra hoje, que o marceneiro Andersen Leodan Sanches, 41 anos, se orgulha em participar pela segunda vez do Ironman Brasil. O evento deve reunir cerca de 1,6 mil triatletas nesse domingo em Florianópolis (SC).

Natural de Medianeira (58 km ao norte de Foz do Iguaçu), Andersen já teve uma vida completamente diferente da que leva hoje e como já sentiu na pele todas as etapas dessa transformação, afirma com toda certeza: ''Participar do Ironman é para poucos, mas sem amadores o Ironman não existiria''.

Casado há 18 anos e com um filho de 17, Andersen treina há pelo menos dez, mas, o triathlon mesmo, começou há seis anos. Atualmente o triatleta reside em Curitiba. Ele lembra que foi em 2001 quando começou a correr para conseguir perder alguns dos seus 90 quilos. Daquele momento em diante, as atividades físicas o envolveram a ponto de o mudar por completo. ''Parei de fumar e de beber todo fim de semana como fazia. Com apenas seis meses de treino eu resolvi correr uma maratona. Como senti que levava jeito, continuei com os treinos até 2004 quando assisti a uma prova de trithlon em Caiobá, o Sesc Triathlon''.

Empolgado ao assistir a determinação e desempenho dos atletas que participavam da prova, Andersen decidiu fazer triathlon. ''Fiquei fascinado com o que vi. Aquele pessoal todo nadando, aquela correria, um entra e sai da água, um monte de bike. No meio da prova falei para meu cunhado: ano que vem eu vou fazer esta prova''.

O grande problema era que, apesar da vontade, Andersen precisava aprender a nadar. No dia seguinte ele decidiu deixar o medo da água de lado e procurou uma academia. ''Quando a professora me viu me 'batendo' na piscina, disse para eu ir para a piscina menor. Então falei pra ela que eu precisava aprender rápido, porque logo teria uma travessia e eu precisava fazer aquela prova''. Em dois meses o marceneiro foi tentar nadar no mar e quase morreu afogado. ''Tive que sair no barco dos bombeiros. Mas não desisti. Em 2005 eu estava lá novamente e fiz o meu primeiro triathlon'', lembra ele, feliz.

No seu primeiro Ironman, em 2007, Andersen fechou a prova em 11 horas e 50 minutos. Dessa vez, a expectativa dele é terminar num tempo abaixo de 11 horas. Assim como os demais atletas, o marceneiro vai nadar 3 quilômetros, pedalar 180 e correr outros 42. Terminar a prova este ano vai ser ainda mais especial para Andersen, que perdeu sua mãe há poucas semanas. Segundo ele, ela teve complicações assistindo a uma de suas provas. ''Completar o Iron pra mim será muito importante não só pela minha preparação mas como dedicação à minha mãe que sempre foi uma grande incentivadora. Para ser um Ironman é preciso acreditar, ter muita disciplina e nunca esquecer sua família porque sem ela fica impossível se preparar'', finaliza.

Fernanda Borges
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