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Ex-jogador do Rio Branco vivencia clima tenso na Vila Cruzeiro

O jogador Ives Antero, ex-volante do Rio Branco, mora na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente na Vila Cruzeiro, local que nos últimos dias se tornou o cenário da guerra que envolve a polícia e os traficantes cariocas. Obrigado a se manter em casa em razão do clima de tensão da região, ele concedeu uma entrevista ao site webtvlitoral onde relatou os dias de medo vividos por toda sua família.

Segundo o meio-campista, que teve uma passagem relâmpago pelo Paraná Clube, os frequentes tiros que são disparados nas ruas tornam o clima na Vila Cruzeiro muito parecido com o de uma guerra. “Não é brincadeira o que está acontecendo aqui. Querendo ou não, estamos todos propensos a nos tornarmos alvos de balas perdidas. É muito triste saber que pessoas de bem estão na linha de tiro dessa guerra. O sofrimento é muito grande, mas cremos que tudo vai passar e teremos a paz desejada”, disse o ex-riobranquista.

No primeiro dia da ocupação, Ives declarou que teve muito medo por uma tragédia envolvendo toda a comunidade. “Era uma tensão e um corre corre sem fim. Ficávamos em casa, fechados, só ouvindo o barulho do terror lá fora”, explicou. Quando saiu de casa pela primeira, o jogador descreveu as ruelas da Vila Cruzeiro como estando iguais ao fim de uma batalha. “Víamos carros e ônibus destruídos e muita sujeira espalhada nas ruas. O Bope sempre esteve por aqui, mas não em tanta quantidade como agora. Realmente é um momento muito diferente de tudo que já vivenciamos. A gente tem muitos amigos aqui e queríamos saber como todos estavam, mas era impossível ir além de uma quadra”, comentou.

O camisa 8 do Leão da Estradinha no último campeonato Paranaense revelou ainda que torce pela normalidade da situação, pois, no presente momento, o ato de ir a uma padaria causa medo em qualquer pessoa da Vila Cruzeiro. “O recado foi para que todos evitem aparecer nas calçadas, mas precisamos ir ao supermercado, padaria, e outros lugares, daí fica tudo muito complicado. É muito ruim viver com medo”, confessou. Para tornar o ambiente ainda pior, a energia elétrica está prejudicada em razão dos postes atingidos pelo fogo dos ônibus e carros queimados. “A ocupação do Bope é para mudar a nossa realidade, mas até isso acontecer a nossa realidade é de terror total”, afirmou.

O jogador está na lista de reforços do Rio Branco, mas enquanto estava no Paraná Clube sua imagem foi prejudica quando apareceu em uma foto, ao lado do jogador Adriano, ostentando um fuzil. Diante das más indicações vindas do time da Vila Capanema, o técnico Saulo ainda está a pensar sobre a contratação do atleta. Enquanto aguarda o desfecho da ocupação do Bope na Vila onde nasceu, Ives revelou o desejo de voltar ao estado do Paraná e jogar no Rio Branco. “É um clube que tem um bom ambiente e gostaria muito de voltar e ajudar o Leão. Estou no aguardo de um contato da diretoria”, finalizou.

Angel Salgado/ site www.webtvlitoral.com.br
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