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Opostos na tabela, no campo e nos sonhos Campanha, salários e ambições separam o lanterna Cascavel do líder Coritiba no duelo de hoje no Oeste

Quando o Coritiba pisar no gramado do Estádio Olímpico Re­­gio­­nal, hoje, às 15h50, para enfrentar o Cascavel, pela quarta rodada do returno do Paranaense, a diferença abismal entre líder e lanterna do torneio poderá ser vista mui­­to além das quatro linhas.
Enquanto o Alviverde largou bem a temporada e persegue ob­­jetivos ambiciosos, o clube do in­­terior luta apenas contra o in­­glório descenso estadual. Com poucas receitas e folha salarial de modestos R$ 70 mil mensais, o presidente da Serpente, Ney Vic­­tor, admite que a maior falha do clube foi manter o planeja­­men­­to atrelado à realidade.

“Erramos em não arriscar na montagem de uma equipe forte. Pensamos pequeno. Confiamos em quem estava aqui no ano passado e, infelizmente, a comissão técnica que começou o ano não res­­­pondeu”, lamentou ele, dizendo que toda a pré-temporada foi perdida por causa disso, mas sem isentar-se de culpa pelos maus re­­sultados.
Do início do Regional até agora, cinco técnicos já comandaram o Cascavel. José Guedes du­­rou dois jogos. Na rodada seguinte o próprio presidente comandou o time interinamente. De­­pois, Ivair Cenci (sete partidas), o auxiliar Fernando César (um duelo) e o atual Joel Costa (dois em­­bates) tentaram dar jeito na pior equipe do torneio.
Em comparação com o adversário de hoje, a discrepância nu­­mérica impressiona. O aproveitamento interiorano é de 15%. Ain­­da invicto, o Coxa ganhou 90% dos pontos disputados. Para o ti­­me do Oeste, são nove derrotas, três empates e um triunfo, com seis pontos na somatória do campeonato – o jogo contra o Rio Branco, outro candidato ao rebaixamento, foi adiado por causa da chuva no litoral. O Alviverde, com uma rodada a mais, venceu 12 vezes, empatou duas e contabiliza 38 pontos, seis vezes mais do que a Serpente. Por isso, entra em campo favorito e nem pensa em perder ponto hoje, mesmo fora de casa.
“Nem de brincadeira dá para comparar”, diz Victor, que além de dirigente, comanda a equipe de futsal da cidade. “Nosso patrocínio para todo o Estadual é de R$ 650 mil. Tirando ônibus, ali­­men­­tação, moradia, sobra cerca de R$ 100 mil para fazer o time. Pelas informações que tenho, o Co­­ritiba tem um custo de R$ 2 milhões por mês”, emenda ele, que já dispensou oito atletas no ano e contratou outros seis.
Apesar de também reclamar da pífia média de público (853 pa­­gantes por jogo) e da decepção com o time, Victor mantém um discurso otimista quanto à fuga do rebaixamento. De acordo com o dirigente, será necessário vencer mais da metade dos nove jogos restantes para que o Cascavel se mantenha na elite do futebol pa­­ranaense. Pensamento que será mantido en­­quanto a ma­­temática ajudar.
“Me apego na vontade e no trabalho de jogadores para sairmos dessa. A gente vê que tem jogos que podemos ganhar, mas não estamos conseguindo. Precisamos vencer cinco jogos que praticamente escapamos. O problema é ganhar”, fechou o presidente que, contraditoriamente ao desempenho do clube, afirma que em maio a Serpente quitará o total de R$ 1,7 milhão em dívidas.
Fonte. Gazetado povo
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