Registrado na Federação Paranaense de Futebol e na CBF como se fosse Adriano Oliveira dos Santos, o volante do Leão de Estradinha é na verdade Adriano de Oliveira Santos. Mas foi com o nome errado que o atleta disputou dois jogos e ficou no banco em outras quatro partidas. O caso foi inicialmente julgado pela Segunda Comissão Disciplinar do tribunal, que considerou que o clube não deveria perder pontos por não ter feito o registro errado de forma premeditada, aplicando apenas uma multa pela irregularidade da inscrição, no valor de R$ 27,5 mil.
Como a procuradoria do tribunal e o próprio clube, que tenta se livrar da multa, recorreram, o caso será novamente julgado, desta vez tendo o Paraná como participante indireto. O Tricolor foi aceito pelo tribunal como terceiro interessado no processo, gerando mais uma discussão processual que pode afetar o próprio julgamento.
O advogado do Rio Branco, Domingos Moro, entrará ainda nesta segunda-feira, com um recurso contra a participação do Paraná no processo, alegando que o clube não se manifestou a respeito antes do julgamento em primeira instância. O que pode levar o Pleno do TJD a julgar na terça-feira apenas esta questão, deixando o julgamento do ‘caso Adriano’ para a sessão seguinte.
- O tribunal é que definirá a forma de julgar este recurso. O meu objetivo não é adiar o julgamento e sim discutir melhor esta questão de terceiro interessado de uma forma ainda inédita nos tribunais esportivos brasileiros. O terceiro interessado tem que ter legítimo interesse e ligação direta com a causa do julgamento e considero que o Paraná Clube tem interesse nas possíveis consequências do julgamento – conta Moro.
Já o advogado do Paraná, Alessandro Kishino, destaca que o clube solicitou a sua participação no processo para ter a chance de recorrer posteriormente à última instância, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
- Não fizemos isto no julgamento em primeira instância porque na época não havia interesse concreto do Paraná no caso, já que o clube tinha chance de conquistar o segundo turno do Campeonato Paranaense, que daria uma vaga na final. Agora, com o rebaixamento consumado, o clube passou a ter interesse direto e concreto no caso. Nossa briga não é contra o Rio Branco e sim pela permanência do Paraná na Primeira Divisão. Nossa linha é a de aguardar a decisão do Pleno para saber se recorreremos ou não ao STJD.