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Sem salários, funcionários do Paraná Clube prometem greve


Sem receber salários há meses, os funcionários do Centro de Treinamento Ninho da Gralha, em Quatro Barras, prometem paralisar, a partir de hoje, todas as atividades das categorias de base do Paraná. Entre outras baixas, a greve deve deixar sem comida os cerca de 100 jovens que treinam e estão alojados no complexo esportivo do Tricolor.
Além do fechamento do refeitório, as atividades da lavanderia e de limpeza serão suspensas, se­­gundo os funcionários, até o pagamento dos vencimentos. Técnicos e auxiliares das diversas categorias do clube, que antes estavam reticentes ao movimento, prometem aderir ao protesto.

A situação, ainda de acordo com colaboradores do Ninho, é caótica. Eles afirmam que o descaso da diretoria paranista é tanto que alguns trabalhadores estão há sete meses sem receber nenhum pagamento. “Tem muita gente passando fome aqui. Não é exagero. É muito tempo sem receber nada”, afirmou um dos funcionários, que pediu para não ser identificado.
Apesar do CT pertencer também a uma empresa particular – a Base, que em parceria com o clube construiu o complexo em 2008 – os 40 funcionários que trabalham no local são vinculados ao Paraná. Há cerca de um mês, o presidente do clube, Rubens Bohlen, visitou o local e prometeu quitar as pendências. A promessa não teria sido cumprida, o que revoltou os trabalhadores. “Eles acertaram apenas com o pessoal da Kennedy. Para a gente, disseram que não tinham como nos pagar”, denuncia um funcionário do CT.
O dono da Base, Renê Bernardi, que também é conselheiro do Tricolor, preferiu não se posicionar em relação à crise. Faz mais de um ano que o empresário não aparece no Ninho da Gralha. Procu­­rado pela reportagem, ele não atendeu as ligações.
A impontualidade no pagamento mudou a rotina do CT. Sem dinheiro para pagar o transporte, os funcionários estão sendo buscados em casa com um ônibus da empresa parceira do Paraná. Para pagar as contas, muitos estão contando com a ajuda de familiares. “Meus irmãos que pagaram minhas compras de mercado nos últimos meses”, conta uma empregada. “Passamos o Ano Novo sem absolutamente nada”, reclama outra.
Na última sexta-feira, os trabalhadores se reuniram para cobrar da diretoria um posicionamento. Um ofício foi entregue pelo advogado dos funcionários na sede da Kennedy, onde funciona a administração paranista. Como não houve resposta, o grupo decidiu cruzar os braços a a partir de hoje.
Superintendente-geral do clube, Celso Bittencourt, confirma as pendências. Ele, porém, diz que negociações para quitar ao menos parte do débito estão em andamento. “O Paraná Clube está pagando uma parte amanhã [hoje] e está em renegociação com o parceiro”, explicou o dirigente.
A promessa, no entanto, não empolga os trabalhadores. “Estamos escutando há meses que vão nos pagar. Cansamos de acreditar em promessas”, reclamou um dos funcionários
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