
Se não bastasse a forte concorrência, há um agravante. A CBF limita a três as transferências interestaduais (ou quatro clubes) por temporada. E, a essa altura, muitos boleiros estão próximos de estourar a cota. Um contrato mal-arranjado neste momento pode comprometer o ano.
O lateral-direito Dick, outro que andou pelo Alto da Glória, teve de pensar nisso recentemente. Ele também passou por dois clubes em 2012, Rio Branco-PR e Marcílio Dias-SC, e preferiu evitar o Democrata-MG justamente para não engrossar a cota. “É uma preocupação, sem dúvida”, diz.
Há, porém, uma saída se o limite for atingido: recorrer à Justiça do Trabalho, algo que, normalmente, funciona. “Trata-se de uma norma da CBF, não é uma lei, não está na Constituição, na CLT [Consolidação das Leis de Trabalho]. Entretanto, uma ação demanda tempo, e o jogador pode perder algum clube”, explica Diego Tavares, advogado do Sindicato de Atletas de Futebol do Paraná.
Mais complicado é não contar com os serviços de um agente para encontrar emprego, caso de Dick. “O jogador passa por coisas no futebol que não é nem agradável falar. Estou correndo atrás, com o meu DVD debaixo do braço”, revela.
Incertezas que não afligem apenas quem vai a campo. Os familiares sofrem juntos. “Não é fácil para a minha esposa ficar esperando, sem saber para onde vamos. Mas ela está sempre me apoiando”, comenta Dick.
Fonte: Gazetadopovo