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Ainda em atividade, Nem sonha ver o LEC campeão


Arquivo Folha
Em São José da Tapera, no sertão alagoano, bate um coração alviceleste. Na Secretaria de Esportes do pequeno município de 30 mil habitantes, distante 220 quilômetros da capital Maceió, trabalha o maior ídolo da história recente do Londrina. Tácio Pereira, o Nem, concilia o trabalho esportivo com crianças com os treinos no Centro Esportivo Olhodaguense (CEO), que se prepara para a disputa da primeira divisão do Campeonato Alagoano. Sim, ele ainda está em atividade e, aos 39 anos, é o "cara" do time. 
Nem parou de jogar em 2010, mas voltou este ano, após receber uma proposta do time de Olha D’água das Flores, vizinha à cidade dele. Mesmo com quase dois anos de inatividade, ele conseguiu um bom desempenho no retorno, tanto que renovou para jogar o torneio de 2013. "Ficar um tempo sem jogar faz diferença, fiz um bom campeonato. Joguei 11 partidas e ainda consegui tirar o time do rebaixamento", afirmou o meia, autor de sete gols no Alagoano, sendo dois em sua especialidade: as cobranças de falta.
 O jogador está entre os dez maiores artilheiros da história do Londrina. Foram três passagens pelo Tubarão. O talento principalmente nas bolas paradas do camisa dez fez dele um xodó da torcida. "Quando eu ia cobrar uma falta eu via a torcida grita gol antes de eu bater. Era um torcida que acreditava em mim e isso foi o que mais me marcou", contou o jogador. 
O carinho é mútuo. Tanto que Nem está por dentro de tudo o que acontece no Tubarão e acompanha o noticiário alviceleste de lá. Ele, inclusive, discursa como torcedor mesmo. "Eu só quero acreditar nas pessoas que estão fazendo parte do Londrina. Essa cidade não pode ser enganada por pessoas que dizem que gostam do LEC. Nós torcedores queremos um time forte, que possa brigar pelo título", cobrou. 
Por falar em título, apesar dos gols e da relação íntima com o Londrina, Nem nunca conseguiu ser campeão com a camisa alviceleste. "O Londrina representa tudo na minha vida. Tive muitas alegrias com essa torcida. Mas eu queria mesmo era se campeão pelo LEC, mas não tive essa sorte. Cheguei em vários quadrangulares finais, mas não chegava ao título", lamentou. 
Duas passagens no Londrina marcaram o jogador. A primeira foi a campanha do quinto lugar no Paranaense de 2001. "Ninguém acreditava na gente. Ganhei algumas cestas básicas e fui entregar junto com alguns jogadores num lugar pobre da cidade", relembrou. A outra foi o gol marcado sobre o Iraty, pela Copa Paraná, em 7 de outubro de 2007, do meio do campo, eleito gol do Fantástico. "Foi o gol que o Pelé não fez. Ficou na história do Londrina", comentou.
Thiago Mossini Folha de Londrina
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