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Torcida já comemora a 'volta do Furacão'


Alessandro Valle/ ABCDigipress / Em comunhão com a arquibancada, jogadores do Atlético foram agradecer aos mais de mil rubro-negros que estiveram no Anacleto CampanellaO Atlético está de volta à Série A. Embora ainda não exista certeza matemática, cada atleticano presente ao Anacleto Campanella – fosse no campo, na arquibancada ou nos camarotes – deixou o estádio seguro de que a passagem pela Segunda Divisão nacional vai durar apenas um ano. O grito de “O Furacão voltou!” foi a trilha da vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano, que deixou o Rubro-Negro, quarto colocado, quatro pontos à frente do Azulão, quinto (65 a 61), restando mais quatro jogos para o fim da competição.
Mesmo a 400 quilômetros de Curitiba, o Furacão se sentiu em casa. Reflexo direto da presença da torcida. Já no meio da manhã havia mais de uma centena de atleticanos no entorno do estádio. Presença que só foi aumentando com a chegada dos ônibus fornecidos pelo clube ou contratados diretamente pelos torcedores, carros particulares e rubro-negros que moram em São Paulo. A diretoria do São Caetano disponibilizou mais ingressos para atender a demanda dos visitantes.

O jogo
Um primeiro tempo perfeito pavimentou a vitória atleticana. A defesa anulou as virtudes ofensivas do Azulão e o ataque foi mortal. No segundo tempo, o São Caetano equilibrou o jogo com muita força pelos lados do campo e chuveirinhos. Até Paulo Baier entrar e dar o passe para Marcelo matar o jogo.
São Caetano do Sul
Ao todo, cerca de 1.400 pessoas vestindo vermelho e preto ocuparam o Anacleto Campanella. Inferior na quantidade (o público total foi 5.100), a torcida atleticana foi muito superior no grito. Ofuscou a plateia local mesmo nos momentos em que o São Caetano dominou a partida.
“O torcedor foi fantástico, dividiu o estádio. A gente não se sentiu fora de casa. Nos últimos 10, 12 jogos, torcida mineiramente foi se aproximando e nos abraçando incondicionalmente”, comentou o técnico Ricardo Drubscky.
A força das arquibancadas – turbinada pela memória do título nacional de 2001, no mesmo estádio – contagiou a equipe. Um primeiro tempo taticamente perfeito pavimentou a vitória. Forte na defesa, o Atlético anulou as virtudes ofensivas do Azulão. Mortal no ataque, transformou em gol as duas chances que teve até os 26 minutos – primeiro com Marcão, depois com Marcelo.
No intervalo, o São Cae­­ta­­no equilibrou o jogo com a entrada de Geovane. Ele e Danielzinho abriam caminho para os chuveirinhos. Em um deles, Wagner diminuiu. Reação momentânea, abafada três minutos depois pelo passe de Paulo Baier e o gol de Marcelo. “Passei por um momento conturbado na temporada. Por tudo isso, comemoro bastante a vitória e esses gols”, comentou Marcelo, que superou Bruno Mineiro, tornando-se o artilheiro do Atlético na temporada – 16 a 15.
Comemoração liberada, mas sem perder de vista a necessidade de confirmar oficialmente o acesso. Jogadores e Drubscky foram unânimes ao falar da necessidade de conter a euforia. Paulo Baier chamou para si o protagonismo nesse trabalho.
“Aí que mora o perigo. Eu, o Luiz Alberto, o Saci, o Derley, os mais experientes, temos a função de controlar a euforia, principalmente dos mais jovens. Só podemos comemorar de verdade quando estiver 100% garantido”, disse Baier.
Matematicamente, o Atlé­­tico pode subir essa semana. Um cálculo que inclui vitórias sobre América-RN, terça, no Ecoestádio, e ASA, sexta, em Arapiraca, além de tropeços do São Caetano, contra Criciúma (fora) e Boa (em casa). Para, aí sim, o grito de “O Furacão voltou” ser carimbado de vez.
Déjà vu
Estádio e oportunismo de Marcelo remetem ao título brasileiro de 2001

Assim que acabou o jogo, Paulo Baier puxou a fila de jogadores em direção aos atleticanos que pulavam na arquibancada e se penduravam no alambrado para comemorar a vitória. Não poderia haver personagem mais adequado para promover essa integração time-torcida. Mais um de tantos simbolismos que marcaram a consagradora vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano.
O primeiro déjà vu foi provocado pelo estádio e o adversário serem os mesmos da maior conquista do clube. A remissão ao título brasileiro de 2001 – presente em toda a preparação do jogo e em qualquer conversa entre torcedor – foi reforçada quando um camisa 9, Marcão, abriu o caminho para a vitória.
Os outros dois gols, de Marcelo, remeteram à aposta nos garotos do início da temporada. Uma contusão no segundo jogo do ano, contra o Londrina, tirou Marcelo do laboratório de Juan Ramón Carrasco. O atacante só foi se firmar com Ricardo Drubscky, que fez dele titular e artilheiro da equipe.
Remanescente do rebaixamento e rotulado de herança maldita durante a campanha eleitoral, Paulo Baier novamente foi decisivo, ao entrar em campo logo depois de o São Caetano fazer o gol e dar o passe para Marcelo liquidar a partida. Repetiu o roteiro dos jogos contra ASA, América-MG e Guaratinguetá, todos terminados com vitórias fundamentais para aproximar o Atlético do acesso, sem dar brecha a outros focos.
“Eu deixo quem quiser pensar no título. A gente está pensando nessa classificação. Foi uma arrancada tão longa e árdua que não tem como ficar desviando o foco. Agora são três candidatos [Atlético, São Caetano e Vitória] para duas vagas. Dilui um pouco a dificuldade, mas aumenta a competitividade”, disse Drubscky. (LMJ)
Fonte: Gazetadopovo
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