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Treinador de longo prazo é o 'cérebro' do LEC na decisão


Roberto Custódio/Jornal de Londrina / Cláudio Tencati: observação e a busca por novatosCláudio Tencati é um profissional de poucos e duradouros empregos. Foram seis anos de Cianorte e já são outros cinco na SM Sports, divididos entre Iraty e Londrina. É à frente do Tubarão que esse técnico de 39 anos, formado em Educação Física, experimenta o momento de maior evidência da sua carreira. Vencer o Coritiba domingo, no Estádio do Café, levará o LEC à decisão do Paranaense depois de 21 anos e consagrará um estilo em que projeto a longo prazo e aposta nas categorias de base caminham muito próximos.

A trajetória dentro do Cianorte revela muito desse perfil. Nascido na cidade, onde atuava em escolinhas de futebol, fez parte da primeira comissão técnica do Leão do Vale, fundado em 2002. Começou como preparador físico. Depois foi técnico da base, auxiliar de Caio Júnior e Gilson Kleina no time principal, coordenador e, de 2006 a 2008, treinador do profissional. Na base, decidiu estadual sub-20 e Copa Tribuna; no profissional, manteve o clube como uma das forças do interior.“Ele veio lá de baixo, crescendo junto com o time. Sabe tirar de cada jogador, especialmente dos garotos, o máximo que cada um pode dar”, elogia Luiz Carlos Bersani, um dos sócios do Cianorte. “É um treinador de projeto”, reforça Adir Kist, que trabalhou ao lado de Tencati como goleiro e gerente de futebol, função que exerce até hoje no Leão. A lista de jogadores formados pelo treinador no Albino Turbay vem fácil: “O Fernandinho do Palmeiras, o Montoya do Guarani, o Neto do Santos, o Neílson e o Danilo, que estão com ele no Londrina...”, enumera Kist.
Do Cianorte, Tencati se­­guiu para o Paranavaí. Mon­­­tou o elenco, mas durou apenas três rodadas no Paranaense de 2009. “O time não estava indo bem e acaba sempre sobrando para o treinador”, resume Lourival Furquin, diretor de futebol do ACP.
Foi a única demissão de Tencati. Um momento que provocou uma reflexão na sua carreira. “Digo aos meus atletas que às vezes você precisa dar um passo atrás para dar três, quatro à frente depois. Foi o que eu fiz”, conta.
O “passo atrás” foi retornar às categorias de base, mais especificamente no Iraty. Em um clube com tradição na formação, moldou atletas como Wendell Borges, Wéverton, Maicon, Robinho e Joel, todos seus jogadores no Londrina atual. A passagem do Azulão para o LEC seguiu os passos da SM Sports, empresa de Sérgio Malucelli que assumiu o comando do Tubarão em 2010.
Tencati foi anunciado como técnico do time principal no dia 21 de abril daquele ano. Quatro meses depois, comemorava o título da Divisão de Acesso. A esperada volta à elite do futebol estadual acabou em frustração. A boa arrancada no segundo turno perdeu-se na derrota para o Coritiba, no Couto Pereira. O Londrina nem sequer conseguiu as esperadas vagas na Série D e na Copa do Brasil. Passou a segunda metade de 2012 inativo. Outro momento para dar um passo atrás.
“Aproveitei a ociosidade para acompanhar os jogadores da empresa que estavam emprestados, buscar as contratações certas, passei 15 dias no Grêmio observando o trabalho do Vanderlei Luxemburgo... Foi um período de amadurecimento”, conta o treinador.
Amadurecimento refletido na atual temporada. A derrota para o Paraná, na quarta rodada, deu início a uma breve turbulência, seguida por dois empates. Ao contrário do ano passado, o time se reergueu. Venceu quatro jogos consecutivos, série que o permite levar o turno caso bata o líder Coritiba. Confiança não falta.
“O momento dos dois times é igual. Temos o melhor ataque, a segunda melhor defesa. Não vou desestruturar o que fizemos em dez partidas porque é o Coritiba. O Londrina tem uma identidade e vai mantê-la”, avisa.
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